Com o objetivo de discutir a Economia Solidária como ação estratégica de desenvolvimento econômico, alternativa inovadora na geração de trabalho e inclusão social, tendo como princípios a autogestão, democracia, solidariedade, cooperação, comércio justo e consumo solidário, o auditório da Prefeitura de São Carlos recebeu na noite da última sexta-feira (20), a Plenária Municipal de Economia Solidária de São Carlos, que por deliberação própria tornou-se Regional, com o tema “Onde estamos? Quem somos? Onde queremos chegar?”. No sábado (21), das 9 às 18h, os trabalhos continuaram no Centro Público de Economia Solidária “Herbert de Souza – Betinho”. Além de São Carlos participaram também os municípios de Ribeirão Preto e Araraquara.
No Paço Municipal, a Plenária reuniu participantes, membros de empreendimentos, grupos de fomento e rede de gestores do município de São Carlos. Entre as atividades a leitura, adequação e aprovação do Regimento Interno, e a realização de palestras de Economia Solidária, com os convidados Rose Cristina Macedo do Banco Comunitário Nascente e o Prof. Dr. Joelson Gonçalves de Carvalho do Departamento de Ciências Sociais da UFSCar.
A abertura do evento contou com a participação do prefeito Airton Garcia. Compuseram a mesa de autoridades o secretário municipal de Trabalho, Emprego e Renda, Walcinyr Bragatto, a Gerente Regional do Trabalho, Dra. Consuelo Generoso Lima, José Eduardo Araújo, diretor do Departamento de Apoio à Economia Solidária, Digenir Chaves Fugazza, presidente do Conselho Municipal de Economia Solidária, Dra. Rejane Cristina Brassolatti Silveira, representante do Fórum Municipal de Economia Solidária e Dr. Wagner de Souza Leite Molina, representante do Núcleo Multidisciplinar Integrado de Estudos, Formação e Intervenção em Economia Solidária (NuMi-Ecosol) da UFSCar. O evento contou ainda, com a participação dos secretários municipais Paulo Wilhelm de Carvalho, de Infância e Juventude, Deonir Toffolo, Agricultura e Abastecimento, Glaziela Solfa Marques, Cidadania e Assistência Social, além de membros da comissão organizadora, técnicos, servidores, diretores de departamentos e chefes de gabinete.
No sábado (21), quatro grupos de trabalho se reuniram das 9h às 18h, no Centro Público de Economia Solidária “Herbert de Souza-Betinho para discutir uma proposta de documento base encaminhado pelo Fórum Paulista de Economia Solidária para a cidade realizar os ajustes necessários e encaminhá-lo para avaliação”. O documento norteará a Plenária Estadual que acontecerá nos dias 17,18 e 19 de novembro, em São Carlos. Entre os pontos discutidos: a crise do capitalismo e as suas consequências, governos, corporações e grupos financeiros, outros modelos de sistema financeiro para Economia Solidária, o neoliberalismo e a participação do Estado na economia, a Economia Solidária, identidade consolidada e conhecimentos acumulados, conjuntura nacional, propostas para novos empreendimentos econômicos solidários. Foi realizado ainda, o FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) com elaboração de documentos dos grupos submetidos à assembleia geral. No final da tarde foram eleitos 10 delegados de São Carlos, 4 de Ribeirão Preto e 4 de Araraquara para a Plenária Estadual. Os delegados eleitos representam os empreendimentos, entidade de fomento e gestores públicos.
O prefeito Airton Garcia cumprimentou ao secretário Walcinyr Bragatto pela organização e realização da Plenária. “A cidade é grande eu não tenho condições de tocar sozinho a Prefeitura, temos um secretariado competente, cada um toca uma pasta. O Bragatto toca essa pasta de Emprego e Renda, faz um bom trabalho e eu procuro apoiar em tudo o que é possível, boa Plenária a todos”, desejou o prefeito Airton Garcia.
Para o secretário municipal de Trabalho, Emprego e Renda, Walcinyr Bragatto, a Economia Solidária tem força porque está organizada na base, com os Fóruns e o Conselho. “As dificuldades e diferenças acontecem com muita facilidade principalmente nas alternâncias governamentais. Nós temos uma perspectiva forte e favorável na medida em que nós conseguirmos unir disposições, com a qualidade de pessoas engajadas construindo economia como proposta de vida, de política pública de economia solidária. São muitas pessoas envolvidas, os agentes, as universidades e os empreendimentos, temos a perspectiva de crescer. A Economia Solidária é uma só para todos nós caminharmos e vencermos”, enfatizou Bragatto.
Rejane Cristina Brassolatti Silveira, representante do Fórum Municipal de Economia Solidária, ressaltou que em momentos de crise econômica a responsabilidade do poder público e da sociedade civil aumenta porque neste momento o desemprego cresce e várias famílias vivem em situação de vulnerabilidade social. “A economia solidária é um modelo de desenvolvimento que valoriza o ser humano, proporciona para milhares de famílias o seu sustento, assim a sociedade civil organizada cumpre o seu papel na medida em que participa de fóruns coletivos e propõe várias iniciativas para aprimorar a política pública de economia solidária. Ao Poder Público cabe o papel de fomentar, de apoiar iniciativas que possam trazer retorno de trabalho e renda e a possibilidade de uma economia mais justa e sustentável”, disse Rejane.
A Gerente Regional do Trabalho, Dra. Consuelo Generoso Lima ressaltou que em uma economia capitalista precisa existir espaços para outras formas de sustentação. Queremos uma sociedade que reconheça que isso é uma necessidade porque é possível ter formas diferentes de produzir, de comercializar, de sobreviver e de organizar num país tão diverso como o Brasil e tudo depende da organização social para que se transforme em política pública estruturada nacionalmente, é possível e a prova são vocês que sobrevivem disso”, enfatizou Consuelo.
Wagner de Souza Leite Molina, representante do Núcleo Multidisciplinar Integrado de Estudos, Formação e Intervenção em Economia Solidária (NuMi-Ecosol) da UFSCar diz que o maior desafio é o de conseguir abandonar a postura de reivindicar o que achamos que é viável, que será possível. “Temos que partir do pressuposto de que os recursos vão ter que aparecer de algum lugar e vamos ter que sinalizar o que queremos, sonhamos o que seria ideal e resolver os problemas que vamos detectar. A Economia Solidária é uma alternativa para o país que merece maior abertura, apoio e espaço, então sejamos ousados, audaciosos e criativos para conseguirmos propor uma política pública que resolva as lacunas e demandas do setor”, disse Molina.
Digenir Chaves Fugazza, presidente do Conselho Municipal de Economia Solidária, agradeceu a Comissão que trabalhou arduamente para a realização da Plenária. “Estamos em nossa terceira gestão, meu sentimento é de gratidão pelos conhecimentos que adquiri e pelas experiências que vivenciei e pelo pouco que pude contribuir com esse movimento”, disse.
O diretor do Departamento de Apoio à Economia Solidária, José Eduardo Araújo, agradeceu ao Fórum e ao Conselho Municipal de Economia Solidária pela acolhida no início do seu trabalho como diretor do DAES, a Comissão Organizadora da Plenária e enfatizou que “a Economia Solidária é um importante instrumento de desenvolvimento econômico e social e no que depender do Departamento de Apoio à Economia Solidária de São Carlos há muita disposição para o trabalho e vontade de crescer”.
(24/10/2017)
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